Revolução no mercado de agulhas médicas

A chamada “agulha inteligente” promete diminuir erros médicos e aumentar precisão em aplicações

agulha

imagem: Bigstock

O medo de agulhas é algo mais comum do que se pensa. Chamado de “aicmofobia”, estima-se que a fobia atinja de 3 a 10% da população mundial. O objeto, contudo, é extremamente necessário, tendo em vista que é utilizado em diversas áreas da saúde para tratar de pacientes. São exames de sangue, receber um medicamento através de injeção, tomar uma vacina ou até mesmo doar sangue.

Até mesmo os profissionais podem encontrar dificuldades para lidar com agulhas: dependendo do perfil do paciente, pode haver um problema maior para encontrar veias para realizar exames de sangue ou injetar medicamentos intravenosos, por exemplo.

Apesar do desenvolvimento de agulhas para uso em crianças, bebês e adultos com veias muito finas, sentiu-se a necessidade de desenvolver algo ainda mais preciso, especialmente para lugares de difícil acesso.

Regiões delicadas, como o espaço supracoróide – localizada na parte posterior do olho, em que o tecido possui menos de 1mm de espesura – são muito específicas para agulhas comuns e até mesmo para as superfinas, precisando ser manejadas por profissionais habituados com o hábito e muito habilidosos. No caso citado, por exemplo, um erro no procedimento pode causar danos na retina do paciente.

Foi pensando nisso que os cientistas do hospital Brigham and Women’s realizaram uma série de testes pré-clínicos, que acabaram sendo publicados na revista “Nature Biomedical Engineering”.

Fabricada a partir de uma agulha hipodérmica padrão e peças de seringas comercialmente disponíveis, os estudos foram baseados na verdadeira de que os tecidos do corpo têm densidades diferenciadas.

O injetor inteligente alcança uma melhor segmentação do tecido, aproveitando as diferenças de pressão para permitir o movimento da agulha. O injetor é realimentado instantaneamente, o que permite um melhor direcionamento do conteúdo da seringa e pouco excesso de substância no local da aplicação.

Testado em três espécimes de animais diferentes, pretendia-se analisar a precisão da agulha em espaços como o supracoróide – citado anteriormente – epidural (que é utilizado para anestesia ao redor da medula espinhal para pacientes em trabalho de parto), peritoneal (no abdômen) e até mesmo subcutaneamente – entre a pele e os músculos.

Uma das principais vantagens da agulha inteligente é a desnecessidade de um treinamento e especialização para a aplicação nessas áreas mais delicadas.

Outro ponto positivo são as lesões evitadas pelos excessos da agulha comum. Todo mundo já sofreu ou já ouviu o relato de alguém que foi fazer a coleta de sangue e acabou com um grande hematoma na parte interna do cotovelo. Isso seria evitado com a agulha inteligente devido a precisão.

Apesar da agulha ser utilizada a pelo menos um século, desde o advento houve uma mínima revolução para melhorar o modo de uso ou desenvolver dispositivos melhores para a saúde do paciente e para o profissional de saúde também.

 

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