Tratamento experimental para nanismo é testado ao redor do mundo

O objetivo dos pesquisadores é estimular um crescimento saudável de pessoas nascidas com nanismo

Imagem: Unsplash

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Um experimento internacional tem a perspectiva de mudar a vida de crianças que nascem com a condição de nanismo. Isso é possível graças a um medicamento experimental que tem pretensão de melhorar a qualidade de vida desses indivíduos. Ao todo 35 crianças de todo o mundo estão participando de testes feitos por cientistas.

O objetivo geral do projeto é estimular um crescimento saudável de pessoas nascidas com nanismo. Segundo os cientistas eles não pretendem parar os estudos quando a altura das crianças indicar índices de aumento eminente, mas sim fazer com que a saúde como um todo melhore, interrompendo complicações decorrentes do crescimento atrofiado, por exemplo.

Os resultados foram publicados no periódico prestigiado New England Journal of Medicine. Essas apurações são publicações preliminares, visto que os estudos ainda estão sendo desenvolvidos e os resultados acompanhados de perto pelos cientistas responsáveis.

Tratamento experimental

O objetivo secundário, segundo os representantes do projeto, é ver quanto a altura das crianças poderia aumentar potencialmente. Segundo os resultados, o ritmo de crescimento é muito mais rápido do que nos 12 meses anteriores ao início do tratamento. Inicialmente não houve efeito adverso na proporção corporal ou idade óssea, sugerindo que os efeitos sustentados a longo prazo podem elevar a altura final do adulto.

Contudo, ainda não foi possível chegar a dados que comprovem que a medicação pode prevenir complicações ligadas ao crescimento atrofiado. Outras drogas experimentais que visam diferentes vias de crescimento ósseo também estão sendo testadas em crianças com acondroplasia.

Nanismo

O nanismo é um transtorno que se caracteriza por uma deficiência no crescimento, que resulta em uma pessoa com a estatura baixa se comparada com a média da população de mesma idade e sexo. Quando a medida é transformada em números, corresponde a um percentil inferior a três na curva de crescimento estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O nanismo pode afetar tanto homens quanto mulheres, que mantêm a capacidade intelectual e podem levar uma vida normal e de qualidade igualmente normal, salvo raríssimas exceções.

As causas do nanismo são determinadas por uma combinação de fatores, começando pela hereditariedade e o funcionamento do sistema neuroendócrino, passando até por um contexto ambiental e a qualidade da nutrição. Em uma família de pessoas mais baixas, é comum que os descendentes mantenham o padrão de crescimento, por exemplo.

O processo de crescimento determinado pelo potencial genético pode ser alterado por diversas intercorrências na infância, como desnutrição, doenças crônicas, deficiências hormonais e síndromes genéticas, como a de Turner, a de Pradder-Willi e a síndrome de Down.

Tratamento convencional

O nanismo pituitário é um dos tipos que tem tratamento, mas este deve iniciar logo que o diagnóstico tenha sido feito, já que é possível corrigir parte das doenças de base responsáveis pelo atraso no crescimento.

Quando a baixa estatura está relacionada com a ausência ou pouca produção do hormônio do crescimento (GH), produzido pela glândula hipófise, a administração desse hormônio produz efeitos benéficos. O tratamento, contudo, pode se estender por vários anos e deve ser acompanhado de perto por um especialista na área, porque reações adversas podem ocorrer.

O hormônio do crescimento integra a lista de medicamentos de alto custo que são distribuídos gratuitamente pelo SUS, o Sistema Único de Saúde, desde que a pessoa comprove que tem indicações médicas precisas para a reposição hormonal.

 

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