Setembro amarelo: o mês da prevenção ao suicídio
O tema é complexo, delicado e contém muitos tabus. Por isso é tão importante falar sobre a prevenção do suicídio em todas as áreas da Medicina!
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos atentando contra a própria vida. Isso corresponde a uma morte a cada 40 segundos. No mínimo seis pessoas são impactadas diretamente com essas mortes. Por isso, em 2015 o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) criaram uma campanha de conscientização para a prevenção do suicídio, associando o mês de setembro a cor amarela e ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10 de setembro).
Os sintomas da depressão muitas vezes são silenciosos, por isso é preciso estar sempre atento aos mínimos detalhes para poder ajudar as pessoas próximas ou até mesmo identificar os alertas em si mesmo.
Sintomas comportamentais
O isolamento é um dos principais. É necessário estar atento se a pessoa demonstra com certa regularidade a vontade de faltar ao trabalho, escola ou faculdade; associado a outros sintomas o isolamento é um os mais perceptíveis. O desinteresse, por exemplo, que é quando a pessoa deixa de fazer até mesmo as atividades que mais gosta.
A alimentação e a mudança no sono também são fatores preocupantes. Comer mais ou menos do que o usual e dormir de mais ou de menos são coisas para se prestar a atenção. A agressividade também, que é mostrada principalmente em jovens.
Os períodos de estresse são os que demandam mais atenção, como alguma mudança brusca na rotina da pessoa. Perder um emprego, sair de um relacionamento muito estável são exemplos. A pessoa pode estar com um risco baixo de suicídio, mas ser desencadeada por fatores muito fortes.
Sintomas verbais
Frases comuns de serem ouvidas são as mais explícitas, como “quero me matar, quero morrer, vou cometer suicídio”. São as que menos chamam atenção das pessoas porque muitos dizem que “quem fala não faz”, o que não é verdade. É preciso dar atenção para esses casos também.
Mitos
- “O risco de suicídio existe para o resto da vida”
Falso! Todos podem ser tratados de maneira eficaz!
- “O suicídio é sempre impulsivo e acontece sem aviso”
Falso! Pode parecer um ato de impulsividade, mas o suicídio foi muito considerado para cabeça de quem o cometeu. Muitos indivíduos emitem mensagens verbais ou comportamentais sobre as intenções de cometer o ato.
- “Os indivíduos que tentam ou cometem suicídio têm sempre alguma perturbação mental”
Falso! Apesar dos comportamentos suicidas estarem associados a depressão, doenças mentais e abuso de substâncias, não se pode descartar outros fatores, visto que em alguns casos nenhuma perturbação mental é detectada.
- “As crianças não cometem suicídio, pois não entendem a consequência do ato e são incapazes de fazer algo contra a própria vida”
Apesar de ser raro, crianças e adolescentes não estão isentas dessa fatalidade. O importante é considerar que qualquer gesto, em qualquer idade, deve ser levado a sério. Em 2015, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, registrou 1.537 suicídios entre os homens e 524 entre as mulheres com idades entre 15 e 19 anos.
- “Falar sobre suicídio aumenta o risco”
Falso! A informação é a melhor ferramenta para ajudar as pessoas a entender os riscos. Conversas com profissionais da área podem aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos geram.
Ao desconfiar que alguém próximo está pensando em suicídio, não fique parado, tome uma atitude. Escute! Pergunte como ela está, segure seu julgamento, escolha sempre um local calmo para ter essa conversa. Cada caso é diferente do outro.
Onde buscar ajuda?
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde, UPA 24h, Samu, hospitais, pronto-socorro.
A ligação para o CVV é gratuita e pode ser feita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.
Continue acompanhando o blog da Medworld para mais notícias relacionadas a medicina!